Por: Bruno Figueiredo
Fato: um não vive sem outro.
É preciso muito dim
dim onde o que reina são câmeras de última geração, tomadas de dentro e
fora do campo, inúmeros takes aéreos feitos por helicópteros, tira-teimas em 3D
pra comprovar se “aquela bola realmente entrou” ou se o bandeirinha fdp “errou
feio no impedimento daquele golaço”, estádios gigantescos e uniformes e
chuteiras pra astronauta nenhum botar defeito.
Pode isso Arnaldo?
Pode. E foi isso que possibilitou a profissionalização do esporte
via rádio, jornal e televisão. A propaganda paga. O show acontece.
E ela se vale dos principais artistas, que fazem a bola e a
roda girar: os jogadores.
E quando se fala em garoto-propaganda o principal expoente é
David Beckham. Ele estrategicamente não atende nem o telefone que não seja de
um patrocinador, veja aqui.
Os dois melhores jogadores do mundo atuais também são
marcas. Messi estrelou um video de uma
companhia aérea com o jogador de basquete Kobe Bryant com milhões de
visualizações no Youtube, veja aqui.
Cristiano Ronaldo faz diversos comerciais, um dos últimos
junto com o próprio Messi, veja aqui.
Mas o Brasil/celeirodecraques/paísdofutebol/paísdacopa ainda
é uma verdadeira várzea desorganizada e injusta também nessa parte. Ah novidade
né...
Temos um Neymar e 1 milhão de Zézinhos que ganham muito
pouco e não participam do bolo publicitário. Raramente jovens talentos ficam
tanto tempo jogando no país quanto ele. Regra geral, um moleque começa a jogar
bem e se destaca, lá vem um empresário pra levá-lo ao velho mundo com contratos
milionários – ou promessas enganosas.
O santista dançarino do “Ah lelek lek lek” tem nada menos
que 10 (caraio, dez!) patrocinadores. Sua imagem é usada para divulgar
refrigerante, banco, carro, cueca, material esportivo, celular, talco para os
pés. Só faltou andar com um daqueles macacões de pilotos de Fórmula 1.
O glamour é para poucos, o que é normal, até porque não
temos um craque a cada esquina. E a propaganda aumenta e alimenta isso.
Triste. A pátria amada, idolatrada cujos filhos não fogem à
luta ainda não aprendeu a ser verdadeiramente a pátria de chuteiras. Seus
filhos ainda andam de pés descalços ou quando muito, um chinelo havaianas
quebrado.
Bruno Figueiredo é publicitário formado pelo Makenzie e Gerente de Contas online em uma agência de São Paulo.
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