quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Futebol e a Propaganda



Fato: um não vive sem outro.

É preciso muito dim dim onde o que reina são câmeras de última geração, tomadas de dentro e fora do campo, inúmeros takes aéreos feitos por helicópteros, tira-teimas em 3D pra comprovar se “aquela bola realmente entrou” ou se o bandeirinha fdp “errou feio no impedimento daquele golaço”, estádios gigantescos e uniformes e chuteiras pra astronauta nenhum botar defeito.

Pode isso Arnaldo?

Pode. E foi isso que possibilitou a profissionalização do esporte via rádio, jornal e televisão. A propaganda paga. O show acontece.

E ela se vale dos principais artistas, que fazem a bola e a roda girar: os jogadores.

E quando se fala em garoto-propaganda o principal expoente é David Beckham. Ele estrategicamente não atende nem o telefone que não seja de um patrocinador, veja aqui.
  
Os dois melhores jogadores do mundo atuais também são marcas. Messi estrelou um video  de uma companhia aérea com o jogador de basquete Kobe Bryant com milhões de visualizações no Youtube, veja aqui.
  
Cristiano Ronaldo faz diversos comerciais, um dos últimos junto com o próprio Messi, veja aqui.
  
Mas o Brasil/celeirodecraques/paísdofutebol/paísdacopa ainda é uma verdadeira várzea desorganizada e injusta também nessa parte. Ah novidade né...

Temos um Neymar e 1 milhão de Zézinhos que ganham muito pouco e não participam do bolo publicitário. Raramente jovens talentos ficam tanto tempo jogando no país quanto ele. Regra geral, um moleque começa a jogar bem e se destaca, lá vem um empresário pra levá-lo ao velho mundo com contratos milionários – ou promessas enganosas.

O santista dançarino do “Ah lelek lek lek” tem nada menos que 10 (caraio, dez!) patrocinadores. Sua imagem é usada para divulgar refrigerante, banco, carro, cueca, material esportivo, celular, talco para os pés. Só faltou andar com um daqueles macacões de pilotos de Fórmula 1.

O glamour é para poucos, o que é normal, até porque não temos um craque a cada esquina. E a propaganda aumenta e alimenta isso.

Triste. A pátria amada, idolatrada cujos filhos não fogem à luta ainda não aprendeu a ser verdadeiramente a pátria de chuteiras. Seus filhos ainda andam de pés descalços ou quando muito, um chinelo havaianas quebrado.


Bruno Figueiredo é publicitário formado pelo Makenzie e Gerente de Contas online em uma agência de São Paulo.

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